11ª Vivência

Bem perto de Belo Horizonte fica o Ervanário São Francisco, local onde as Meninas de Sinhá foram recebidas para um dia de vivências com as plantas pela raizera e grande conhecedora de ervas medicinais, Tantinha. Elas experimentaram cheiros e sabores de folhas, cada uma dessas com uma série de benefícios à saúde. Trocaram saberes, conhecimentos e experiências sobre as plantas.Tomaram chás, conheceram novas plantas e se lembraram de tantas outras que não viam há tanto tempo. Fizeram pomada medicinal a partir de ervas frescas e caminharam pelo ervanário reconhecendo e colhendo frutas, mudas e sementes.

 

Diário de Bordo - 11ª Vivência

Meninas de Sinhá
Alto Vera Cruz – BH e Roça Grande – Sabará
14 e 15 de março de 2024

Era tempo de chuvas, mas naquele dia o céu se abriu em um azul profundo. Céu de brigadeiro, dizem! O trajeto não era longo, mas a turma, animadíssima em espírito de excursão, cantava e brincava nas vans que saíram do Alto Vera Cruz pela manhã em direção a Roça Grande, bairro de Sabará que guarda um lugar muito especial: o Ervanário São Franscisco, casa, laboratório, jardim, farmácia, espaço do Cerrado onde as plantas falam ao pé do ouvido, revelando sua missão de cuidar.

Fruto de uma caminhada que teve início no Alto Vera Cruz, o Ervanário brotou, cresceu e amadureceu pelas mãos de Aparecida Arruda, conhecida como Tantinha, e seu marido, Fernando Vieira, e tornou-se uma luz para as redes da agroecologia e das práticas integrativas de saúde. Fernando encantou-se, mas deixou sua força. Tantinha, em amor à terra, no desejo de oferecer ao mundo o que aprendeu com a natureza e com muitos e muitas outras mestras – raizeiras, parteiras, benzedeiras – segue fabricando remédios e cosméticos, compartilhando saberes e aprendendo.

O dia foi de reencontro, aprendizados e ensinamentos, quando cada uma levou uma planta trazida de seu quintal, do quintal de uma vizinha, de uma comadre, e juntas lembraram de suas utilidades e preparos. Juntas, fizeram uma pomada de diversas ervas, como trapoeraba, orelha de cachorro, tansagem e arnica e nutriram a alma e o corpo com um delicioso café oferecido por Tantinha e a energia das plantas que tocaram mãos e corações. Cheiros, sabores, texturas, cores, formatos, as mulheres observavam tudo, atentas a cada preparo, despertando memórias dos chás e unguentos feitos pelas mães e avós, revelando os matinhos que crescem em seus quintais e os saberes que muitas delas carregam. Tantinha lembra que ter uma farmacinha caseira pode ser libertador, pois dá maior autonomia e autoconhecimento. Sabedoria que as Meninas e Bordadeiras de Sinhá conhecem e conquistam cada vez mais.

Compartilhe nas suas redes!